[FOTO] Mike Ghost
Stereossauro acaba de lançar o vídeo, realizado por Bruno Ferreira, de “Flor de Maracujá” no YouTube. O sucessor de “Nunca Pares“, o primeiro avanço do seu novo disco, tem letra de Capicua, voz de Camané e um sample de Amália Rodrigues.
Bairro da Ponte, álbum que sai dentro de semanas, é um mergulho nos masters originais de Carlos Paredes e Amália, uma oportunidade de luxo que lhe foi concedida pela Valentim de Carvalho, editora que colocará o projecto na rua.
No press-release, o sucessor de Bombas em Bombos é descrito como “a nova voz de uma velha cidade que pede para ser ouvida”. Por outras palavras, um empreendimento sónico que aponta para o futuro sem nunca descolar do passado.
Bairro da Ponte está quase aí: qual o sentimento que te domina agora que te preparas para revelar o trabalho em que imagino tenhas investido muito tempo?
Uma ansiedade tremenda! Quero mesmo pôr isto “cá pra fora”. É como se o momento em que apresentas o trabalho ao público fosse o culminar do processo criativo. A partir daqui já está, finalmente posso mostrar o que estive a fazer.
Tiveste um nível de acesso inédito aos arquivos da Valentim de Carvalho. Sentes isso como uma conquista pessoal, claro, mas achas que também é um voto de confiança à capacidade criativa do próprio hip hop?
Nunca tinha pensado nessa perspectiva, mas certamente que o facto de o hip hop estar a atravessar uma fase boa de popularidade ajudou em algumas decisões. Sinto que o meu trajecto e determinação foram determinantes para este projecto ver a luz do dia, e o timing também. Vários planetas alinharam-se para isto acontecer.
Apresenta-nos este novo single: como conseguiste ter o Camané nesta faixa? Como foi a vossa interacção em estúdio?
Este tema representa muito bem a essência do disco. Tem todos os ingredientes-chave: samples de Amália Rodrigues, uma sonoridade electrónica muito presente e a cereja no topo do bolo, o Camané, que conheci através dos GNR. Fomos ambos convidados para tocar numa tour deles e ficou sempre no ar, “um dia destes fazemos um som”.
Quando fiz este instrumental, percebi logo que era o tema certo para ele, falei com a Capicua e pedi-lhe para escrever uma letra, e o resto aconteceu naturalmente. Só tenho a agradecer a disponibilidade com que todas as pessoas “embarcaram” nisto comigo.