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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 28/02/2025

Portugal a distribuir jogo.

Sexta-feira farta: novos trabalhos de Romeu Bairos, Agir, Maria João ou Pierre Kwenders

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 28/02/2025

Já falámos por cá dos novos discos de Panda Bear e Marquise, um músico norte-americano a residir no nosso país e uma banda portuguesa, respectivamente — podem ler de seguida as entrevistas em torno de Sinister Grift e Ela Caiu. Mas os projectos que sairam hoje com traços desta nossa portugalidade não se ficam por aqui, e em seguida destacamos mais uma mão-cheia de obras que retratam isso mesmo.

Tal como a chuva que se faz sentir lá fora, também os novos registos musicais têm “caído” nas plataformas digitais a um bom ritmo, havendo, por isso, muita matéria a reter em mais um final de semana recheado de lançamentos. São exemplo disso Valter Lobo (Melancólico Dançante), Mx & Norty (ECOS DO VAZIO), Thiago França (Bololô), Boldy James & Chuck Strangers (Token of Appreciation), Reason (I Love You Again), Shygirl (Club Shy Room 2), BANKS (Off With Her Head), Base Hollow (FREE THROW), Paris Texas (They Left Me With A Gun), DARKSIDE (Nothing), Yves Jarvis (All Cylinders), Everything Is Recorded (Richard Russell Is Temporary), Hope Tala (Hope Handwritten), Hana Vu (Movies), Kilbourne (If Not to Give a Fantasy), Takuya Kuroda (EVERYDAY), Desiigner (Be Me), Jim Jones (At The Church Steps), ​serpentwithfeet (GRIP SEQUEL), The Residents (Doctor Dark), NSG (The Big 6), Marie Davidson (City of Clowns), Saffron Bloom (Saffron Bloom), bdrmm (Microtonic) e Artemis (ARBORESQUE), todos eles com trabalhos acabados de estrear neste último dia de Fevereiro.


[Romeu Bairos] Romê das Fürnas

Romê das Fürnas é um mergulho sensorial na alma açoriana, onde Romeu Bairos costura o passado e o presente num tecido musical de sotaques, memórias e afectos. Não é um álbum sobre os Açores, mas um álbum açoriano até ao osso, onde o folclore não é museu, mas matéria viva, recriada entre cantigas tradicionais e novas composições que respiram o sal e a saudade das ilhas. Sob o olhar atento de B Fachada, que apadrinha e produz, Romeu canta como fala, dando peso às palavras e corpo às histórias de um povo. Entre os ecos de um cancioneiro que se reinventa e a pulsação contemporânea da sua voz, Romê das Fürnas não só resgata a tradição como a coloca em movimento — porque o caminho é sempre em frente.


[Agir] CCD – Chove Cá Dentro

CCD – Chove Cá Dentro é Agir no seu estado mais cru e atmosférico, um EP de R&B que se sente como um fim de tarde visto através do vidro embaciado pela pluviosidade. Entre melodias íntimas e produções delicadas de holympo e Bella Saint, o artista deixa-se levar por um registo mais puro e introspectivo, onde cada batida e cada palavra ecoam como gotas num silêncio reflexivo. “IMPASSE”, “PRIMAVERA” e “E SE FÔSSEMOS” formam um tríptico que joga com o fogo e a chuva, explorando contrastes entre desejo e distância, luz e sombra.


[Maria João] Abundância

Em plena expansão artística, Maria João faz de Abundância uma tapeçaria sonora tecida entre Lisboa e Maputo, onde a sua voz singular se entrelaça com electrónica etérea e ritmos ancestrais. Com a produção visionária de Luís Fernandes e a cumplicidade de João Farinha e André Nascimento, o álbum atravessa continentes e géneros, misturando jazz, world music e experimentação digital numa fusão vibrante e emotiva. Das percussões vivas da timbila às vozes comunais do coro TP50, passando pelas colaborações com Mucavele e Stewart Sukuma, Abundância é um mapa sonoro onde tradição e futuro dançam lado a lado, celebrando a música como um território sem fronteiras.


[Pierre Kwenders] Tears On The Dancefloor

Não é um disco de um artista português, mas tem muitos traços lusos pelo meio. Tears On The Dancefloor é um ritual de catarse onde Pierre Kwenders transforma a pista de dança num espaço de introspecção e libertação. Entre batidas pulsantes e melodias envolventes, esculpidas por algumas caras bem nossas conhecidas, como NegoO ou Vanyfox, o curta-duração mistura a electrónica global com ecos de rumba congolesa, R&B celestial e afro-house vibrante, criando um som que é tanto festa como lamento. A sua voz, por vezes sedutora, por vezes melancólica, guia-nos por histórias de amor, perda e redenção, enquanto os sintetizadores cintilantes e os ritmos hipnóticos nos fazem dançar com o coração apertado.


[Rui Reininho & Orquestra Jazz de Matosinhos] Rui Reininho & Orquestra Jazz de Matosinhos

Rui Reininho & Orquestra Jazz de Matosinhos é um encontro inesperado entre a ironia sofisticada de Rui Reininho e a exuberância orquestral da OJM, onde o jazz se veste de surrealismo e a palavra ganha novas dimensões musicais. Gravado ao vivo no CARA – Centro de Alto Rendimento Artístico, este registo transforma a big band de Matosinhos num organismo mutante, oscilando entre arranjos cinematográficos e explosões de improviso, enquanto a voz enigmática de Reininho vagueia entre o absurdo e a poesia. Depois de ontem estrearmos por cá o vídeo para a remistura de Alexandre Soares ao tema “NamasTea”, o longa-duração completo aterra hoje nas plataformas digitais, havendo ainda um par de prensagens em vinil (uma das versões é autografada e limitada a apenas 70 cópias) que já podem ser encomendadas através do Bandcamp.

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