pub
Adivinhar pode bem ser proibido. Mas, quando as pistas estão à vista, a tentação faz-se ouvir mais alto. Glória, Enigma, Família, Esperança, Amor ou Fantasia são etiquetas que nos dão, à partida, algumas luzes do que poderá vir por aí abaixo. Sem nos alongarmos em demasia, o resto é convosco: podem atestar o valor de peças de Rocky Marsiano (Tropical Vibes) April Marmara (Still Life), Birds Are Indie (Ones & Zeros), Júlia Mestre (Arrepiada), Chat Pile & Nerver (Brothers in Christ), Angel Olsen (Forever Means), Chris Duarte (Ain’t Giving Up), Eloise (Drunk On A Flight), Jupe Jupe (Midnight Waits for No One), MC Yallah (Yalla Beibe), Metallica (72 Seasons), Nicole Yun (Matter), Ozmotic & Fennesz (Senzatempo), Temples (Exotico), INNA (Just Dance #DQH2), NLE Choppa (Cottonwood 2), Pi’erre Bourne (GRAILS) ou Shygirl (Nymph_o).
[El Michels Affair & Black Thought] Glorious Game
Para Black Thought, o sucessor de Cheat Codes — álbum editado no ano passado com Danger Mouse — não tardou em concretizar-se. Depois de unir forças com o produtor nova-iorquino, o rapper de Filadélfia juntou-se a um outro produtor de Nova Iorque: Leon Michels, fundador do grupo El Michels Affair, lidera a composição de Glorious Game, trabalho feito à medida entre a grandeza que o MC formado nos The Roots impõe e a riqueza sonora do colectivo que já trabalhou com figuras proeminentes do hop hop como Wu-Tang Clan ou Freddie Gibbs e Madlib.
[Dinner Party] Enigmatic Society
O nome não terá sido, certamente, brainstormado ao acaso: quando Kamasi Washington, Robert Glasper, Terrace Martin e 9th Wonder se reuniram para decidir que som haveriam de explorar juntos, a conclusão, imagine-se, revelou-se mesmo debaixo destes quatro narizes. Música para jantares com amigos? That’s it! E o resultado? Um trabalho fascinante intitulado de Enigmatic Society — o que, aliás, não é para menos, vindo deste quarteto fantástico (mais convidados) que responde por Dinner Party.
[Petite Noir] MotherFather
Terceiro capítulo da saga “capas de discos em que a negritude se revela especialmente deslumbrante”: recordando entradas recentes nesta rubrica semanal, depois de Raven de Kelela e de Voice Notes de Yazmin Lacey, foi a MotherFather de Petite Noir nos chamou a atenção à primeira vista. Não admira que o autor seja a imagem do noirwave — posição essa sedimentada com este seu novo curta-duração.
[GoGo Penguin] Everything Is Going to Be OK
Serve a mesma deixa para o que os GoGo Penguin apresentam no seu recém-estreado longa-duração. A capa do sucessor do álbum homónimo é ilustrativa do título Everything Is Going to Be OK, mantra esse que se vê concretizado no jazz esperançoso do trio britânico composto pelo pianista Chris Illingworth, o contrabaixista Nick Blacka e o baterista Rob Turner.
[Dave Okumu & The 7 Generations] I Came From Love
Uma rápida pesquisa liga directamente Dave Okumu a nomes certamente mais sonantes como Jessie Ware, Adele, Arlo Parks ou, até, o falecido Tony Allen. Não é de estranhar, por isso, que em nome próprio a sua música carregue a mesma imponência. Em I Came From Love, essa magnitude é cultivada desde logo pela dimensão das suas “7 Gerações”, que representam uma colaboração com os seus antepassados e descendentes, na visão do autor. É, aliás, de cruzamentos entre passado e futuro que esta música se faz.
[Kid Koala] Creatures of the Late Afternoon
Quem sabe o que uma sexta-feira em final de tarde nos reserva. E essa premissa tanto nos guia em qualquer edição desta coluna como nos antevê o que se pode esperar de Creatures of the Late Afternoon. A antítese está, por isso, no estranho caso de Kid Koala: a julgar pelo seu reportório — e, especialmente, pelo seu lema, “keep it weird, they’ll get it later” —, sabemos e não sabemos com o que contar sempre que o irreverente DJ e produtor canadiano nos traz novidades.
pub