Morreu ontem, a 21 de Abril, Mark Stewart, emblemática figura de proa em The Pop Group. O músico inglês tinha 62 anos e as causas da sua morte não foram reveladas.
Foi um dos artistas mais brilhantes a surgir da inventiva e disruptiva cena de Bristol, um talento que deu nas vistas ainda na recta final da adolescência. Nascido em 1960, foi em 1977 que ajudou a fundar os The Pop Group, uma banda experimental que, apesar de estar bastante ligada ao então embrionário movimento pós-punk, era capaz de abraçar muitos outros registos, com o dub, o funk e o free jazz a também lhe permitirem veicular os seus pensamentos e ideais politicamente orientados à esquerda. A primeira investida do grupo durou apenas até 1981, mas 2010 abriu-lhes um regresso à actividade através da reunião de três dos seus membros originais, que recrutaram mais dois músicos para os ajudar nas tarefas que se seguiram, quer no regresso à estrada e às apresentações ao vivo, quer na criação de novo material para o seu espólio.
Entre as suas diversas outras investidas destacam-se os trabalhos que desempenhou em projectos como Mark Stewart And The Maffia e New Age Steppers, tendo ainda como principais casas editoriais a On-U Sound (do produtor Adrian Sherwood) ou a Mute Records (o mesmo selo que já vimos associado a lançamentos de Depeche Mode, Fever Ray ou Goldfrapp). Nos últimos anos, um crescente interesse em torno da sua obra permitiu-lhe ver vários dos discos que assinou reeditados — um deles foi Learning To Cope With Cowardice, que motivou até um contacto de Rui Miguel Abreu para aquela que seria a sua única entrevista concedida à nossa publicação.