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Morreu Davidson Gonçalves, que na música assinava como Luciano Bonniz, rapper que pertenceu aos históricos Nexo. O MC veterano, afastado da música há vários anos, foi vítima de doença prolongada. Tinha 43 anos.
Luciano Bonniz integrou a segunda geração da formação dos Nexo, colectivo de Almada que fez parte do super-grupo Máfia Suliana e que desde a primeira metade dos anos 90 semeou o underground local que hoje ainda tão bem reconhecemos na cidade da Margem Sul.
Embora não tenham gravado qualquer disco, os Nexo lançaram em 1994 o single “Geração X”, ainda com a formação original, que teve direito a videoclipe, um feito histórico para a época tendo em conta que eram um colectivo totalmente independente, que existia à margem da indústria.
Na segunda geração do grupo — que incluía também Salvatore, Klay Stallion (aka D. Roza Negra), Shiva, Jayperz (aka Eminência ou Puttano) e Djassy — era habitual conviverem com outros rappers no Bairro Alto ou marcarem presença nas míticas sessões de open mic no Johnny Guitar. Participaram em mixtapes pioneiras de DJs como Bomberjack e Cruzfader, tendo gravado algumas maquetes que nunca chegaram a ser editadas. Deram inúmeros concertos ao longo dos anos. O grupo dissipou-se, de forma natural, na altura da viragem do milénio.
Conhecidos pelo seu estilo cru, mas também pelo imaginário místico que criavam em seu torno, os Nexo foram influentes para os artistas da geração pós-Rapública, nomeadamente para os afiliados M.A.C., que apadrinharam, o que deu origem a uma coesa linha de sucessão no rap almadense; bem como para artistas como Valete, que os aponta como uma referência.
O Rimas e Batidas endereça as mais sentidas condolências à família, amigos e admiradores de Davidson Gonçalves, uma referência que não será esquecida.
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