pub

Fotografia: Joanna Correia
Publicado a: 16/05/2024

Novo marco na pop nacional.

JÜRA sobre sortaminha: “Achava que não ia conseguir escrever uma canção feliz e fiz um álbum delas”

Fotografia: Joanna Correia
Publicado a: 16/05/2024

Numa era onde a narrativa da música pop tanto se constrói a partir do sururu — quem fez o quê, quem viajou para onde, quem comeu (ou não comeu) quem —, é interessante refletir que o mais interessante e arrojado disco pop do ano português surge a partir do completo oposto desse paradigma.

Em sortaminha, Joana Silva — mais conhecida como JÜRA — revela novas facetas ao mundo sobre a sua vida. Despe-se das amarras do passado e de quaisquer âncoras estilísticas a que podia estar agarrada. Se as canções dos seus primeiros dois EPs, jurädamor (2022) e rés.tu (2023), eram tristes, as canções de sortaminha jorram amor e felicidade por todos os orifícios. JÜRA soa revitalizada como artista e pessoa e, sem qualquer medo, apresenta aquele é o mais ousado álbum de pop feito no nosso país desde do=s (2017) de Diogo Piçarra (artista com quem, curiosamente, JÜRA colaborou recentemente em “sabesamar”) e que a confirma como uma das vozes mais promissoras da nova pop portuguesa (estatuto que lhe garantiu uma nomeação para a categoria de Artista Revelação da próxima edição dos prémios PLAY, cuja cerimónia acontece hoje).

JÜRA não esconde a razão da inspiração para este seu longa-duração de estreia: a sua relação com o rapper L-ALI, a quem chama “musa de inspiração”. Como se não bastasse, Hélder Sousa oferece a sua voz a uma das faixas do disco (“+”) e é um dos vários produtores que auxiliou JÜRA a edificar o diverso universo sonoro de sortaminha. A ele juntam-se pesos pesados da nova pop portuguesa como DØR, miguele e NED FLANGER com vários créditos de produção nas faixas de sortaminha, enquanto nomes como Luar, João Maia Ferreira ou Beiro surgem também nos créditos do álbum, mas apenas numa faixa cada um. Se o peso destes nomes não fosse suficiente, ainda há Real GUNS a dar perninha numa das melhores faixas do disco (“tempo”) para garantir que sortaminha também aufere de hip hop cred para atrair os aficionados do género.

sortaminha é um grandíssimo álbum e nós temos toda a sorte do mundo por o podemos escutar. Nesta quarta (15 de Maio) ao final da tarde, Joana celebrou o álbum com uma festa de antestreia na Estação de Cais do Sodré, em Lisboa. Esta quinta-feira (16), todos o podemos escutar. 

Na semana passada, o Rimas e Batidas foi piquenicar com JÜRA à Quinta das Conchas para entender mais sobre este seu disco “feliz”.



Este teu primeiro álbum, sortaminha, é um disco mais “feliz” em comparação com os teus lançamentos anteriores. Como alguém que tem referido ao longo do percurso que escreve canções como “cura”, como foi trabalhar neste disco a partir desta nova matriz de sentimentos?

Foi bué surpreendente para mim. A vida surpreendeu-me porque eu achava mesmo que nunca ia conseguir viver uma história de amor plena, mas isso não é verdade. Achava que não ia conseguir escrever uma canção feliz e fiz um álbum delas. Sou uma pessoa que sente muito, sou caranguejo, sou emotiva e gosto muito de amor. Mas sentia sempre que era quase como se fosse uma maldição, sabes? Sentir tanto. E como eu escrevo sempre o que sinto de verdade, acabou por ser fácil. Surpreendente, mas fácil.

Já admitiste nas redes sociais que a tua relação com o L-ALI é a principal fonte de inspiração deste álbum-

O L é completamente a musa de inspiração do sortaminha.

Até mencionas o “L” e o “ali” várias vezes durante o disco [risos].

[Risos] É verdade. Gosto sempre de colocar o “ali” porque faz todo o sentido. A palavra vem pelos dois sentidos. Remete de estar lá, no “ali”, mas também para ele.

Expões a tua vida pessoal neste disco de uma forma que, na pop em Portugal, não acontece assim tão regularmente. Como é para ti expores-te desta forma?

Para mim, não faz sentido de outra forma. Gosto de fazer canções para me expressar e para eternizar o que vivo e sinto. Por isso, não tenho pudor nenhum em partilhar tanto as coisas boas que vivo como as más. Acho que o amor deve ser celebrado, sabes? E este álbum é uma celebração deste amor que estou a viver e quero que isso inspire as pessoas a encontrar um amor que seja tão saudável e bonito como este que tenho a sorte de estar a viver, bem como alertá-las que existe essa possibilidade. Muitas vezes, senti mesmo que era uma verdade absoluta que as relações iam ter sempre aquele lado de dorzinha ou de falta de reciprocidade, e nesta relação não existe isso. O mais importante para mim nisto tudo é partilhar as coisas com as pessoas e que elas saibam que é verdade o que estou a partilhar. De resto, podia fazer canções e não as partilhar, não é? O meu intuito nunca vai ser fazer uma canção para que o outro sinta um determinado sentimento. Não. Eu faço canções e partilho o que sinto para as pessoas se inspirarem e encontrarem o seu caminho também. Nunca vou ter problemas em expor-me. Eu faço música para me expressar e se expor-me é uma consequência de as pessoas saberem o que está a acontecer na minha vida através de canções, lido bem com isso.

Consideras-te uma pessoa extrovertida?

Depende da ocasião. Acho que sou aquela introvertida-extrovertida e depende onde estou e como me sinto. Se estou num círculo que é seguro, gosto muito de conversar e de sentir as pessoas, mas se não, também consigo ser aquela pessoa que está na sala e não fala muito.

Até que ponto é que todo o processo de cura que fizeste com as canções anteriores pode ter ajudado a chegares a este momento mais saudável na tua vida relacional?

Digo muitas vezes que, ao fazer música, nunca sei bem o que vou dizer. Quando estou a escrever uma canção, estou a ouvir-me também, sabes? Então, fazer canções foi fulcral para eu aprender a viver. Se eu já sou uma pessoa que dá importância ao que sente, quando escrevo canções e percebo o que estou a sentir, dou ainda mais valor e atenção a isso. Por exemplo, a “voltapramim” assinalou o encerrar de uma relação que tive no passado e foi mesmo importante por causa disso. Foi o ponto de viragem. Depois disso, ainda houve alguma turbulência, e ouvir-me é lembrar-me que não quero voltar àquele lugar e que tenho de me valorizar. A partir da “voltapramim”, senti uma diferença. Pessoalmente, senti isso, e a música, que é uma consequência da minha realidade, acaba por também ser impactada por isso. 

Mas duas das canções que lançaste a seguir à “voltapramim”, a “milagre” e a “querumtempo”, parecem-me importantes para perceber de onde vem este sortaminha. São canções muito mais aventureiras e upbeat.

Elas acabam por preparar este álbum, mas este álbum não foi premeditado. Ele surgiu naturalmente. Até aqui, as músicas eram mais calmas e sofridas e foi assim porque teve de ser assim. Ou seja, eu nunca disse que queria fazer mais músicas assim, tal como neste álbum eu não disse que queria fazer músicas mais upbeat. Simplesmente aconteceu assim e isso também faz muito parte de mim. Sinto que este álbum vem revelar muito da minha personalidade que as pessoas não conheciam nas outras coisas que fiz. Traz um bocadinho o meu lado raver, o meu lado mais do hood. Estou mesmo orgulhosa com este álbum porque acho que me traduz em todas as fases que tive.

Falando em fases… tenho curiosidade com uma coisa. A “transparente” e a “tarondeder” lembram-me coisas como o big beat dos anos 90 ou o nu metal do virar do milénio. Tiveste alguma fase assim em que eras fã de bandas como Korn ou System of a Down, tal como a Bárbara Tinoco já admitiu que teve [risos], ou estas sonoridades surgiram mais dos produtores do disco?

[Risos] Por acaso, não tive uma fase dessas. Tive fases de reggae e trance, mas não de nu metal. Eu adorava ir a festas no mato, mas até aí se ouvia guitarradas. Acho que essa “rijeza”, digamos assim, sempre esteve presente em muitas das coisas que eu e os meus ouvimos. Mas acho que as pessoas com quem trabalhei neste álbum tiveram muito impacto porque o percurso delas enriqueceu o projeto.

Grande parte das canções de sortaminha foram concebidas numa residência artística em Sesimbra em conjunto com a lista de produtores do disco — o L-ALI, o Miguel Ferrador (DØR), o NED FLANGER, o miguele — e outros amigos, como o Luar, o João Maia Ferreira e o Beiro. Dado que me parece que és a mestre por detrás de toda a operação da JÜRA, como foi gerir toda esta equipa para chegares à visão daquilo que querias que fosse o teu primeiro longa-duração?

Foi muito saudável e fácil. Estivemos cinco dias em Sesimbra e saímos de lá com aquela nostalgia e tristeza de sairmos do mundo perfeito. Foram mesmo cinco dias a viver no paraíso [risos]. Por exemplo, eu acordava sempre cedo, dava um mergulho, tomava o pequeno-almoço, e depois íamos gravar. Não tínhamos horários para nada, mas as pessoas percebiam quando alguém estava a trabalhar e a escrever coisas. Como estes produtores já tinham trabalhado comigo noutros contextos e, particularmente o Ferrador, o L, o NED e o miguele fazem parte da minha vida pessoal, eles sabem como eu sou e como me quero expressar. Portanto, criámos um ambiente que deixou nascer as canções com esta liberdade. Eles são muito meus amigos e gostamos todos do trabalho uns dos outros e esse amor mútuo faz com que as coisas nasçam sem egos. Gosto de dar liberdade aos produtores com quem trabalho e sinto que isso, associado à nossa relação pessoal, ajudou muito a que eles fossem diretos ao que eu queria sem eu saber. Foi tudo muito natural e intrínseco. 

No passado, também namoraste com outro produtor teu, que foi responsável por produzir alguns dos teus primeiros sons. A dinâmica com o L-ALI é diferente das que encontraste no passado?

Funciona como sinergia total. Nós somos amigos, namorados e muito fãs um do outro. Por isso, quando trabalhamos juntos, é sempre muito fofo e essa sinergia vem ao de cima. Não existe divisão, mas acho que também não existe essa divisão com outros produtores com quem trabalho. Se são meus amigos, trabalhamos também como amigos.



Acho que o sortaminha é o disco mais arrojado de pop feito em Portugal em muito tempo. Como vês a relação deste teu álbum de estreia com a restante pop feita em Portugal neste momento?

Saindo um bocadinho de mim própria, este é o disco que eu queria que alguém fizesse. Antes, eu tinha um estigma gigante quando as pessoas me diziam que a minha música era pop, mas agora percebo! E percebo porque também larguei o preconceito do que é o pop português. O pop português estava a precisar de um abanão, estás a ver? Eu não tenho medo de fazer esse abanão. Não tenho medo de gritar, de me expressar e de fazer o que quiser. Eu sempre disse: sou muito egoísta a fazer canções. Faço canções para mim e para expressar o que isto. As outras pessoas gostarem, que é uma sensação maravilhosa, surge apenas como consequência disso. Acho que a ausência do medo faz com que eu faça coisas como este álbum, que são disruptivas e vão a lugares diferentes. Eu sonho alto e quero fazer música que seja ouvida lá fora também. Essa ausência de medo também ajuda com isso porque me dá a possibilidade de encontrar a minha essência, cada vez mais, no que estou a dizer. Por isso, não posso ter medo de explorar outras coisas.

Lançaste o teu primeiro single, “ÉS O AMOR”, em 2020. Em 2024, quatro anos mais tarde, além de já teres esgotado o Estúdio Timeout e o Capitólio e agora ires editar este teu disco de estreia, estás nomeada para um PLAY e vais atuar na gala em breve. Como te relacionas com tudo o que alcançaste até agora?

É como te estava a dizer — eu faço música de forma egoísta. Mas os momentos em que percebo que o que estou a dizer pode ajudar a mudar a vida de alguém, é tudo para mim. Tudo vale a pena por causa disso. Ajudou-me muito a ter força para continuar, a fazer música e a querer o melhor para mim, ver que a minha música ajudava outros a perceberem a dor que sentiam e a quererem o melhor para si.

Em 2022, dizias ao Rimas e Batidas que mais valia mandar tudo “cá para fora” porque guardar para ti o que sentias só fazia “pior”. Quando as pessoas encontram a tua música, queres que elas mandem tudo cá para fora?

Sim. Se as pessoas não têm coragem no dia-a-dia, que tenham quando vêm ter comigo. Quando toquei no Capitólio e no Timeout, que foram os meus dois concertos a nome próprio [em Lisboa], senti uma energia tão boa e especial. As pessoas estavam ali sem medo de dizerem o que lhes doía ou o que amavam. Essa ausência do medo é tudo para mim. Quero muito inspirar as pessoas a serem quem são porque crescer e viver neste mundo é difícil. O mundo é um lugar estranho e as pessoas são estranhas umas para as outras. Acho que esta minha luta em me manter quem sou, em acreditar sempre em mim, em querer nutrir-me para me amar sem ter de esperar o amor do outro, faz-me ter um desejo muito grande que as pessoas, ao ouvirem as minhas canções, também tenham essa coragem — nem que seja quando vêm cantá-las comigo, estás a ver? Mesmo que seja só nesse momento, quero que os meus concertos sejam um momento em que podemos sentir tudo e sermos aquilo que quisermos.

Tens em mente a preocupação de que os teus concertos sejam espaços seguros?

Completamente. Tem de ser. E além disso, quero sempre que sejam um lugar onde se possa refletir. Mesmo que seja para dançar, vou querer sempre deixar aquela lembrança de que é importante cuidarmos de nós e uns dos outros. Se não cuidarmos de nós, não conseguimos cuidar dos outros. Vai ser sempre importante para mim trazer essa consciência para o espaço dos meus espetáculos.

Falaste de levares a tua música “para fora”. Estás a falar do sonho eterno de internacionalização?

Sim, quero muito que isso aconteça. Acho que a nossa música, além do fado, tem de ser ouvida mais vezes lá fora. Acho que temos de começar a querer mais chegar a esse lugar e acho que temos capacidade para isso. Sinto que é um trabalho que está a ser feito e se calhar, até agora, ainda não tinha existido a possibilidade para isso. Porque sinto que os portugueses pensam pequeno, estás a ver? Nós precisamos de pessoas que pensem em grande, que queiram grande e queiram mais. Tu olhas os artistas internacionais que vêm cá e eles trazem produções gigantes. Ok que nós não temos essa capacidade, mas podemos fazer mais do que se faz, sabes? O facto de eu ter estudado circo e dança faz com que pense nos concertos sempre com o desejo de os tornar num espetáculo. Acho que há mais pessoas no nosso país agora com esse pensamento e isso faz com que levemos a música para um lugar mais sério. Porque criamos um mundo só nosso, estás a ver? Isso pode ajudar com a internacionalização. Não nos podemos cingir apenas à nossa pequenez e eu quero lutar muito para que a minha música seja escutada fora de Portugal.

Muitas vezes as pessoas perguntam-te pelo impacto do teu percurso no circo e na dança na tua música, mas acho que nunca vi ninguém a perguntar pelo impacto da moda. Sinto que, nos teus videoclipes e nas artworks dos singles e EPs — e mesmo deste sortaminha —, tens sempre isso muito presente. Como vês a relação desse universo com a tua música?

[Risos] Adoro que sintas isso porque é uma luta que tenho tido cada vez mais. Neste álbum, a maioria das peças é feita por mim. O styling é todo feito por mim. O logótipo foi feito por mim, mas foi adaptado pelo meu designer — o Flávio [Ferreira]. Neste disco, é quase tudo homemade, mas sem o ser. E para mim, é mesmo muito importante que assim seja, porque significa que é uma extensão do que é fazer canções para mim, que é dar a minha verdade. É importante que o que ponho cá para me represente e nem sempre é fácil encontrar esse lugar. Mas acho que só quando deixei tanto de pensar nisso é que consegui chegar a esse lugar e sinto mesmo que este álbum, esteticamente, representa mesmo a pessoa que sou e amo isso. Não é muito fácil transformarmos em cartazes e capas tudo aquilo que somos e tive esse cuidado de alinhar a estética para que isto tudo seja cada vez mais eu. Gosto que isso transpareça cada vez mais.

Qual é o fit que desenhaste que gostas mais?

Adoro o vestido branco das últimas chapas que tirei. Curto bué desse vestido. E agora o que vou levar para os PLAY também vai ser fixe.

Também desenhaste esse?

Ya. [Risos]

Trazeres o Real GUNS para uma faixa como a “tempo” é um move que, na minha opinião, merece todo o respeito.

Nem é um move! Sou fã dele e nós já falávamos há bué tempo sobre fazer isto acontecer. Acho que foi o momento ideal.

A “tempo” é uma canção que se destaca no disco. Muito pujante. Recentemente, trabalhaste com o Diogo Piçarra na “sabesamar”, malha do novo disco dele [SNTMNTL]. Trabalhar com alguém já estabelecido como o Diogo ajuda a validar a tua presença na indústria em Portugal?

Sim, mas mais do que isso, foi conhecer uma pessoa na indústria com quem me identifiquei bué. O convite do Diogo foi muito fixe e a sessão que nós tivemos foi bué louca — fizemos essa canção numa tarde. O L também esteve lá e acabou por também mandar umas barras. E eu identifiquei-me imenso com o Diogo porque ele, ao nível de visual e de performance, ele tem o cuidado de construir um espetáculo. Ele investe mesmo muito no espetáculo dele.

Tendo em conta a importância que dás ao conceito do teu espetáculo, como ponderas transpor as canções deste álbum para um visual que as represente ao vivo?

Vou ter de ser sincera: é difícil achar o equilibro entre o que tu queres fazer e o que podes fazer. Acho que isso é uma barreira que uma pessoa que está a tentar construir uma carreira vai sentir, percebes? Agora na estrada, levámos um cheirinho do que é o ambiente que vejo para este álbum, mas quando for o concerto em nome próprio para apresentar este disco, quero muito trazer o circo e a dança para cima de palco para complementar esse universo. Mas às vezes sinto o struggle de querer fazer uma coisa e de ser foda concretizá-la. 

Por questões monetárias, de espaço, medo de dar o salto…?

Nem é medo de dar o salto! Não tenho esse medo. Mas ter uma carreira em Portugal é muito sobre a saber gerir. E ser uma artista emergente, que ainda está a crescer como é o meu caso, há muitas variáveis sobre como gerir tudo o que temos para fazer e o dinheiro que temos para investir. Sou uma artista independente, tenho uma equipa incrível que está junta comigo nisto, mas é preciso saber gerir e para uma mente criativa, às vezes é uma beca frustrante isso.

O Manuel Molarinho dos Baleia Baleia Baleia recentemente disse-me que enquanto artista em Portugal tens muita dificuldade em parar porque tens de estar consistentemente a criar coisas novas para dares concertos e fazeres discos para teres rendimento se queres viver disto.

É um loop. Estás sempre a correr. É hustle. E até chegares a um sítio onde estás confortável… e não sei se um criativo chega a esse sítio e fica por aí, estás a perceber? E não é de a mente criativa estar insatisfeita, mas sim de querer mais. Acho que vou querer mais e melhor para mim e para quem vem ver, para quem está a viver isto. O criativo é assim — meio inquieto.

Qual a canção deste disco da qual mais te orgulhas?

Eu tenho uma preferida, que é a “tarondeder”. Adoro a sonoridade, adoro gritar o amor, adoro dizer que estou em todo o lado com a pessoa que amo mesmo que não possa estar. Acho que é a minha preferida. Mas eu amo todas! [Risos]


pub

Últimos da categoria: Entrevistas

RBTV

Últimos artigos