Em semana de São Valentim, João Não prepara-se para apresentar oficialmente o seu EP lançado em Janeiro, O Cúmplice do Cupido. Como o título sugere, e tal como tem sido frequente na sua obra, são meia dúzia de canções que exploram o romantismo, baladas modernas e açucaradas com produção de Lil Noon, Tsubasv e Sien Flamuri.
Esta quinta-feira, o cantor gondomarense sobe ao palco do Lux Frágil, em Lisboa. No dia seguinte, o Dia dos Namorados, é a vez do Maus Hábitos, no Porto. Os bilhetes estão à venda por 12€, tanto para a capital portuguesa como para a cidade Invicta. Para antecipar as datas, o Rimas e Batidas dirigiu algumas questões a João Não.
O Cúmplice do Cupido foi um projecto intencional e planeado, ou acabou por ser muito natural tendo em conta as canções que estavas a fazer?
São canções que fui fazendo, inicialmente sem um conceito explícito, mas que depois juntei e fui desenvolvendo neste projecto ao longo de alguns meses. Portanto, acho que posso dizer que foi intencional, mas ao mesmo tempo também não foi.
Foram os instrumentais que te levaram por estes caminhos mais românticos? Ou era mesmo aquilo que, enquanto artista e pessoa, te apetecia explorar neste momento?
Eu, artística e pessoalmente, já vou muito a este tipo de temas quando começo a escrever. Este projecto foi só uma forma de reforçar essa ideia, porque, depois de algumas canções lançadas, comecei mesmo a olhar para mim como um “cúmplice do cupido”.
Contas aqui com instrumentais do teu comparsa Lil Noon, do Tsubasv e do Sien Flamuri. Foram criações conjuntas em estúdio? Foste tu que pediste por beats mais nestas frequências? E só depois escreveste as letras?
Aqui tive um trabalho mais pessoal em quase todas as faixas, um dos motivos de eu ter assumido mais este lançamento como meu. A maior parte dos instrumentais foram a pedido meu, depois de já ter tido alguma ideia com alguma base ou assim. Em termos de letra, foi variando, mas basicamente já ia a estúdio com alguns versos ou refrão, e lá concluía.
O processo criativo foi muito diferente na forma como trabalhas, por exemplo, com o Lil Noon nos vossos projectos conjuntos?
Como referi na resposta anterior, foi um bocadinho diferente porque a maioria das canções vem de fases de isolamento meu, não propriamente intencional, ou de mais momentos em que trabalhei sozinho no meu quarto, onde já tenho algum material para ir fazendo umas demos. Isso fez com que o cunho criativo do Lil Noon só aparecesse em fases mais finais do projecto, e não tanto no início, como tem sido costume.
Consideras importante haver uma actualização da música romântica portuguesa, com novas referências e elementos? É importante haver música romântica nos tempos que correm?
Eu acho que é importante haver uma actualização constante do cancioneiro nacional, e acho apenas que o tema “romântico” é o mais comum a toda a gente, o que acaba por o tornar, a meu ver, como a expressão mais genuína das emoções. Portanto, nunca cai em desuso e está sempre a renovar-se. A música romântica é importante porque acho que o amor é importante, seja em que altura for.
Vais agora actuar no Lux Frágil e no Maus Hábitos. Sentes que são canções que fazem mais sentido ao vivo, até para concretizares essa vocação de seres O Cúmplice do Cupido?
Na verdade, penso que a música que faço faz sentido de qualquer forma que a forem ouvir. Apresentá-la ao vivo é uma forma de criar uma relação mais próxima com o meu público e de reforçar a minha motivação para continuar com este trabalho. Este projecto em si vai ser mais especial em concerto por causa do momento, de ser dia de São Valentim, de ser a primeira apresentação e de termos mais motivos para celebrar o amor e o romantismo.
Como será o teu 2025 na música? Estarás sobretudo focado em concertos e nas festas que co-organizas? Também vais ter mais lançamentos?
Espero que seja um ano que dê para isso tudo. Estou focado agora nestes dois concertos, enquanto anseio por mais, mas continuaremos com o Bar Dançante e temos o Agrupamento Musical “Os Tais” a preparar lançamentos. Assim, já está um ano promissor. Da minha parte, vou manter os interessados a par de todas as novidades, cada uma a seu tempo.