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Publicado a: 05/05/2017

HollyLandz, uma viagem musical por terras sagradas

Publicado a: 05/05/2017

[TEXTO] Alexandra Oliveira Matos [FOTOS E VÍDEO] Luís Almeida

Pode ser, à primeira vista, um encontro inesperado, o dos os beats electrónicos, já com influências de quase um ano de tours internacionais, com as rimas interventivas e em crioulo, mas a verdade é que Holly e Landim estão mesmo juntos, na Big Bit, a gravar um novo EP.

HollyLandz. É este o título do trabalho com sete faixas que promete transportar-nos para terras sagradas na companhia de nomes fortes como Allen Halloween e Bispo. Sobre os beats, podemos já levantar um pouco o véu, aliás, um deles acompanha a entrevista que podem ver aqui em cima. São espaciais e introspectivos, cheios de tons agudos, com notas de xilofone ou piano. As rimas continuam, para já, no segredo dos deuses. Assim como a data de lançamento deste projecto.

 


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Como é que aconteceu esta reunião?

Landim – É inesperada porque ainda são dois estilos assim um bocadinho…

Holly – Distintos.

L – Distintos, é verdade. Mas, quando ouvi a cena do Holly… Ouvi-o primeiro a tocar com o irmão ao vivo no Musicbox, no vosso festival. Curti da cena deles e deu-me curiosidade de pesquisar mais, ver mais e percebi que havia um espaço para a gente se encontrar.

E para ti, Holly, como é que foi este encontro?

Eu sempre tive curiosidade em fazer coisas com o Landim e mais ou menos há quatro ou cinco meses mandei-lhe uns beats e ele escolheu uns cinco ou seis beats. Então eu disse-lhe: em vez de estares a guardar isto tudo só para ti, bora fazer um projecto os dois. Aí é que surgiu a ideia de fazer o EP. Se ele na altura tivesse só escolhido um ou dois beats, se calhar esta dica de fazermos o projecto não teria surgido.

Vai ser um EP com sete músicas…

H – Sim, sete faixas

L – Eram para ser só seis, mas vamos fazer mais uma com uma participação que surgiu de última hora.

Como é que foi o processo criativo para chegar ao EP?

L – Ainda está em andamento, basicamente. Já há uma base, claro. Já há uma direcção. Já há um título, as participações já estão definidas. Agora é só aproveitar o melhor de cada artista, de cada participação, em cima dos beats dele. E tentar elevar a fasquia.

Qual é a temática principal das tuas rimas?

L – Neste projecto, como o nome é Terras Sagradas… Em inglês, claro.

H – Eu sou o Holly e ele é o Landim, mas o pessoal chama-lhe Landz. Nós nem tínhamos ainda um nome em mente, mas estávamos aqui na Big Bit com o Lince a definir as gravações de estúdio e íamos fazer um grupo no WhatsApp. E ele (Lince) perguntava “que nome é que dou aqui ao grupo?”. E nós dissemos: mete Holly Landz. Então ficou HollyLandz porque acaba por ser um misto dos nossos nomes e podemos brincar um bocado com essa dualidade, a terra sagrada. Dá para brincar bastante com o nome.

L – E a maneira como o Holly aborda os beats dele e eu abordo o meu rap, acho que é mesmo de uma maneira sagrada. Até as próprias participações são de rapazes que no próprio discurso têm uma mentalidade que nos agrada e que vai ao encontro das nossas. Queremos mesmo falar de coisas fixes e passar boas mensagens em cada faixa.

 


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Quais são as participações?

L – Temos os manos Young Thugz, BTG e SinGa, temos Halloween, temos o Bispo, o Al-x Wesh.

H – Temos também o Mikeleven que gravou umas linhas de guitarra para uma das faixas. Não é só rap, temos músicos também a entrar.

L – O Beatoven está também a ajudar-nos.

É um trabalho um pouco diferente do que estamos habituados a ouvir tanto de um como de outro. Landim, vieste de dois álbuns com bastante trap. Holly, andas aí no mundo inteiro a tocar. Onde é que pensam que vai chegar este EP? Qual vai ser o público deste EP?

H – Acho que vai ser todo o público que esteja de mente aberta para nos ouvir. Eu gosto de abordar vários tipos de música, todos os dias sentem-se coisas diferentes que tenho de expressar. Julgo que quem me segue também já está habituado a isso. Tanto posso passar uma beat tape só de instrumentais mais ambientais ou então também posso lançar um trap. Não sei mesmo, vamos chegar a pessoal que sinta a nossa música.

L – Eu quero chegar aos old school e aos new school.

H – Acho que é mesmo um EP que pode chegar a toda a gente, acho que não estamos restritos. Cada faixa é completamente diferente e aborda temas completamente opostos. Não temos um público mesmo certo.

Já estavas habituado a ouvir crioulo em cima dos teus beats?

H – Por acaso acho que de crioulo só trabalhei com o Karlon. Mas costumo ouvir muito as cenas do Loreta, por causa do EP que ele fez com o Last Hope.

Mas é o tipo de música que podes passar lá fora?

Acho que sim, posso passar o que eu quiser. É como o fado, quando os fadistas tocam lá fora há muita gente que não percebe a língua portuguesa, mas o feeling fala mais do que isso tudo. O pessoal só de estar ali a ouvir ali alguém a transmitir feeling e a tocar cenas que as pessoas nunca ouviram, acho que já é uma mais-valia para passar, sim.

 


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Landim, para onde é que vai a tua carreira neste momento?

Agora quero tomar decisões certas, organizar tudo o que passa por legalizar trabalhos e registar o que há a registar. Tratar da SPA e de todas as plataformas digitais. Quero também lançar e dinamizar a minha marca de roupa. Ao mesmo tempo lançar estes trabalhos que agora estou a fazer.

Mais algum trabalho, então, além deste?

L – Sim, depois de terminar este trabalho com o Holly tenho mais um em mente com o Tippz, que é também um produtor meu amigo. Vai ser mais ou menos do género do que tenho feito até agora, que é cruzar directamente com produtores.

E tu, Holly, Estados Unidos?

H – Sim, tenho agora algumas datas lá fora. Uma série de shows nos Estados Unidos a começar já este sábado (6 de Maio) e até ao fim do mês. Tenho vários EPs meus que ainda quero lançar, outros por acabar. Tenho este EP com o Landim. Outro de footwork com o Razat, também fiz um EP com o Fragz que também estamos para lançar. E outras cenas de fora que ainda estou a acabar para anunciar.

Landim, o facto de este EP ter um produtor reconhecido internacionalmente valoriza ainda mais o teu trabalho?

L – Sem dúvida. Todos os que seguem o trabalho do Holly sabem que o Holly não pára. Foi difícil arranjar tempo.

H – Não, foi fácil!

L – Estavas sempre fora! África do Sul, China, Índia. Agora que finalmente estás aqui queremos aproveitar, queremos fazer mais rápido.

H – É isso. Tem-nos ajudado também aqui o Beatoven a captar as vozes do Landim.

Uma mensagem final sobre o EP…

H – Espero que vá acrescentar algo novo à vossa vida, que não seja só mais um projecto que ouvem e descartam.

L – Esperem para ver, para descortinar o que vão ver aí das HollyLandz.

 


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