14 de fevereiro é um dia sinónimo de amor, de São Valentim mas não só. Durante alguns anos, tornou-se paragem obrigatória para a Força Suprema, que entre 2016 e 2019, fez questão de assinalar a data com a aclamada série de mixtapes A Prenda, justamente dedicadas a assuntos do coração. Ora, a última “prenda” surgiu em 2019 e de lá para cá os dias de São Valentim ficaram um bocadinho menos românticos e os anos um bocadinho menos interessantes, já que o grupo lendário do rap lusófono deixou a sua arte “respirar” durante exatamente 6 anos, enguiço quebrado há um par de semanas atrás. Meia dúzia de anos depois, eis que o grupo está de regresso com o álbum Baseado em Factos Reais, revelado no Dia dos Namorados, data que, como dissemos, é de extrema simbologia para eles. Apesar da tónica da data estar virada para o amor, este novo álbum da Força Suprema não aponta no mesmo sentido, já que é uma coletânea de lições, com mensagens bem graúdas e adultas de um NGA e um Don G numa fase amadurecida da carreira.
Como o próprio nome indica, é um álbum baseado em factos reais, com histórias e vivências que preenchem o quotidiano deste duo icónico, desta vez sem Prodígio e Masta, a servir como um manual para quem segue o grupo há mais de 2 décadas. Este livro de memórias que é o novo disco da Força Suprema está recheado de convidados de luxo, como Ace e Mundo Segundo, que “A Sangue Frio” ajudam a protagonizar uma das maiores celebrações da história recente do rap lusófono, onde se junta o jovem Mizzy Miles, numa rara união de diferentes gerações da cultura. Para além deste tema, soma-se à festa uma lista considerável de participantes, como Paulo Flores, Rahiz, SP Deville, Van Sophie, Mike11 e outros.
Por falar em festa, há já esta quinta-feira, 27 de Fevereiro, uma bonita celebração da carreira da Força Suprema, e claro, a apresentação ao vivo deste novo projeto, em concerto no Musicbox, em Lisboa. Para assinalarmos o novo capítulo na história da Força Suprema, o Rimas e Batidas esteve à conversa com NGA e Don G, que nos levaram a conhecer melhor este Baseado em Factos Reais, um dos projetos mais aguardados do ano para o hip hop versado em português.
Estive a tentar descobrir quantas músicas e projetos de Força Suprema existiam, mas realmente não é fácil, acho que faltam coisas. Vocês sabem esses números?
[Don G] Não, não… Até para nós é complicado, porque, por exemplo, nós até para podermos ter alguns registos do que já fizemos temos que recorrer à net, ’tás a ver? Mesmo dentro das nossas pastas, há discos rígidos que já bazaram, há CDs que só temos físicos mas não há gravado em lado nenhum. Já são 25 anos de música, é bueda cenas. Por isso não temos os números assim tão certos da nossa discografia.
Olhando ao novo trabalho, gostei bastante do que fizeram com o “Bicho do Mato”. É um storytelling diferente e muito interessante pelo detalhe na vossa parte lírica, que é algo que não vos vejo a fazer muito. Quiseram puxar por esse conceito?
[NGA] No quadro geral nós temos temos quadros similares, nós não andamos só a fazer músicas de discoteca. O “Bicho do Mato”, como faixa atual, tem um propósito muito interessante, há muito tempo que não ouvimos um storytelling no hip hop em português, com vários intervenientes e fatores. O “Bicho do Mato” é um bocadinho de todos nós ou alguém muito próximo, nós também o somos, é aquela pessoa que luta.
Sim, juntam o Paulo Flores, uma lenda da música angolana, com o Mike11, um artista mais jovem português. Como surgiu essa colaboração? O Mike11 já tinha colaborado com o Prodígio individualmente, mas com Força Suprema nunca, pois não?
[NGA] Não, foi a primeira vez. Guardámos mesmo porque a arte prevalece, nós como artistas é o que a gente tem para mostrar ao mundo. Então, na situação do Mike, ele tem uma entrega que torna o clássico português numa coisa moderna, não sei como dizer de outra forma. Ele mete aquele sauce dele e atualiza, ya. Tínhamos um outro instrumental, mas o Padrinho [alcunha de Don G] disse que tínhamos de procurar algo mais de casa e pensámos logo no nosso irmão Laton [Cordeiro] e o processo foi bastante orgânico. Depois da tarola e do kick, as palavras começaram a vir, depois a musicalidade, começámos a ver uns pianos, uns violinos… E depois, o Mike11, porque a arte dele é urbana, é evidente demais, não requer muita ciência, casou bem ali. Depois, precisávamos de um reforço musical de uma voz grave, específica, única e que case. Quem melhor que o cota Paulo Flores? Foi só fazer-lhe o convite, depois surgiu tudo de forma orgânica. O cota Paulo gravou e ainda não tínhamos os nosso versos, o Mike11 quando tocou não me lembro se já tínhamos os versos, mas ya, tudo orgânico. Depois falámos com o Laton, enviámos o que tínhamos, pedimos para mudar algumas cenas, foi mesmo uma equipa a funcionar.
Engraçado esse feedback sobre o Paulo Flores, porque há uns meses em entrevista à Carla Prata ela disse-me que ele também foi muito rápido a fazer a parte dele no tema “Regresso”, ainda antes da parte dela.
[Don G] O mais velho tem essa particularidade, porque além de ter muito mais experiência, percebe muito mais rapidamente a ciência musical. Nós temos que acreditar, por isso é que a gente o convida, não podemos sequer opinar, porque a ideia dele é uma e o cota vai dar um contributo dentro da nossa linha de pensamento. Graças a deus, ele conseguiu fazer isso.
[NGA] São génios musicais, mano. Chegas com o que tu fizeste e perguntas: “O que é que vês aí?” E eles depois tratam disso e assim sucessivamente. Mas ya, o som começou na nossa visão, com instrumental do Laton Cordeiro, depois o Mike11 e Paulo Flores e, por fim, o Johel Almeida no vídeo.
Por falar em vídeo, o conceito anda à volta do filme “Training Day” com o Ethan Hawke e o Denzel Washington, certo?
[NGA] A influência é óbvia, porque é um clássico. Misturado, logicamente, com a nossa realidade. Mas sim serviu, é com certeza uma influência no vídeo do “Bicho do Mato”.
Um detalhe interessante deste projeto foi ter sido lançado a 14 de fevereiro, uma data bem simbólica para vocês, que de há uns anos para cá costumavam sempre lançar um novo volume da célebre mixtape A Prenda, dedicado ao Dia dos Namorados. Este não é propriamente um álbum de amor, não é?
[NGA] Não, desta vez não. Este álbum está pronto desde 2024, mas queríamos que fosse lançado em 2025. Então aproveitámos esta data, que é uma que toda a gente se lembra. Maior parte das pessoas tem isso na cabeça, é uma data que nos podia beneficiar, não foi bem uma coincidência, mas também a usámos.
O último projeto antes deste da Força Suprema foi lançado exatamente a 14 de fevereiro, mas de 2019. Uma pausa grande entre projetos, porque aconteceu?
[Don G] Arrumámos a casa, as mobílias ficam certas em certos lugares, pintar a casa de outra forma… Os projetos feitos naquela altura foram assim porque vivenciavam-se outras coisas, tinha-se outras prioridades, a experiência musical também nos faz ter um pouco de calma e pausa para podermos saber o contributo a nível musical que podemos dar. Sou apologista de que se trouxermos a mesma coisa durante muito tempo, acho que fica aborrecido. Tipo, costuma-se dizer que “quanto mais apareces, mais aborreces”. Esta pausa foi sair um bocadinho do campo, ir para a bancada e ver como o jogo funciona. Mas na verdade não foram 6 anos parados, como é óbvio, só não lançámos nestas datas enquanto grupo por isso que disse. Como não aconteceu nada durante esse tempo, quando lançámos dentro daquilo que é o nosso jogo, tivemos uma adesão muito grande a nível de quem consome a nossa música. Dizem que os números não mentem, então vamos seguir os números e as evidências. Para nós é satisfatório saber que as pessoas continuam a gostar de boa música, música verdadeira e conseguem-nos perceber dentro daquilo que é o perímetro de percepção de cada um, sentimo-nos felizes. A Força Suprema é um bocadinho isto, trazer aquilo que realmente existe, isto não é música só para dançar, isto é uma curta-metragem, é um livro, é necessário ler da primeira à última página.
Olhando para a história que acabam por contar, com o António Santos da RTP África a servir de narrador, acho curioso e bonito terem um jornalista nesse papel, não é comum. Como é que o abordaram para isto, se ele gostou da ideia, como aconteceu?
[Don G] É tudo orgânico. O cota Toni Santos, que é assim que a gente lhe chama [risos], percebeu a nossa ideia, explicámos o que queríamos falar e abordar para esta idade que temos e tal, enviámos-lhe as músicas, o cota fez uma narração daquilo que nós somos, e é por isso que ele começa por dizer no “Chapa Quente” que nos conhecemos há muito tempo atrás, há uns 15/16 anos atrás. Ele já nos entrevistou para a RTP, sempre trabalhou lá, e para a malta ter a noção ele foi um dos primeiros b-boys portugueses. Então, o cota percebeu exatamente a narrativa que tinha de fazer, fomos buscando aquilo que era necessário para essa narrativa, falámos durante muito tempo e tirámos o que era mais necessário, foi basicamente isso. Foi tudo do cota, tudo da autoria dele.
Uma das boas surpresas deste álbum foi ouvir o SP Deville também, na primeira listen não estava bem atento à setlist e quando ele apareceu detetei logo aquela voz dele…
[Don G] Na verdade, o SP é que nos mandou a ideia, e dentro dessa ideia moldámos e encontrámo-nos, ele tinha a ideia do refrão e encaixámos, foi tipo um puzzle. Existia mais informação, mas retirámos só o que era necessário para essa faixa.
Outra faixa super importante deste projeto, que é para mim um marco no hip hop português, é “A Sangue Frio”. Representa algo muito bonito, a junção de vocês, nomes lendários do hip hop lusófono, com dois nomes incontornáveis também do hip hop mais a norte de Portugal, o Ace e o Mundo Segundo. Mas como se isso não bastasse, acrescentam um dos jovens upcoming mais prolíficos dos últimos anos, o Mizzy Miles. É uma cena super fresh. Preciso que me falem desse som, que mais que tudo, é uma celebração.
[NGA] É mesmo isso, exatamente isso. Não tivemos grandes dificuldades para fazer acontecer, toda a gente queria contribuir. Nós já queríamos trabalhar com esses senhores, a falar do Ace e do Mundo Segundo, há muitos anos. Mas precisávamos da sonoridade que nós acreditássemos que fosse a mais próxima, não a certa, mas a mais próxima para estimular o MC. Quando ouvimos o beat, eu e o Padrinho fizemos uma troca de versos e queríamos essa mesma energia no segundo verso com dois MCs, mas que existisse uma sintonia orgânica, que não fosse forçada. Nós queríamos que fossem os cotas do norte, o nosso plano sempre foi esse. Já nem me lembro se começámos a falar primeiro com o Ace ou o Mundo, mas foi tudo suave, sem grandes dificuldades. Mas depois de os ouvirmos… Porra, naquela troca, Mind da Gap e Dealema mano, naquele zig-zag, o que é isso?! Os cinquentões a soar mesmo fresh, fresquíssimo, a experiência e a idade são uma mais-valia, e nessa faixa dá para sentir isso.
Há sempre aquele formato clássico de sixteen, mas neste som não foi assim e tem uma energia realmente brutal.
[NGA] O ego nesta idade não é prioritário, é condimento, é só para adicionar, mas não prevalece. Não interessa quem é e o que fez, estamos aqui para consumir o prato, é pela simbiose, pela energia. Antes do YouTube, nós enquanto Força Suprema éramos consumidos maioritariamente pelas casas do norte do país, portanto esta faixa para nós é necessária, os cotas vieram mesmo a matar.
E como senão bastasse, ainda há o Mizzy Miles a produzir. Quando e como é que ele surge nesta equação?
[NGA] Ali é um ringue mano, ele só veio como árbitro, os lutadores são 4, o DJ no hip hop é isso mano, é árbitro, é intermediário, etc. Ele está a transmitir o que é importante ser transmitido.
[Don G] Ele percebeu bem a matéria, está a transmitir bem a mensagem aos mais novos, ele consegue ser um dos que está a carregar a tocha, está a dar asas à sua imaginação, por isso é que o projeto dele está a correr bem, ele tem credibilidade, por isso é que nós metemos o caçula, para também meter essa credibilidade no que ele está a fazer pelo people mais novo. A par dele existem pessoas a fazer, mas não com a fome dele — está a fazer mesmo fixe.
Para além de Ace e Mundo Segundo, gostavam de fazer mais algum som deste género com outros?
[Don G] Existem muitos, se me meto a citar nomes ainda nos perdemos no tempo… Um dos camaradas era o New Max, dos Expensive Soul, mas são muitos mano, a lista é bué grande.
Além disso, o Ritchelly encaixou cuts do Boss AC, do Regula, etc.
[NGA] Agora curte isto mano, ouve… O beat do Don Gula em que ele meteu esses versos que fizemos os cuts, o “Futre”, também tinha chegado a mim enviado pelo Kutz. Estava a pintar um quadro que provavelmente seria o “Real Nigga Vive”, então quando ouvi o Gula a cuspir naquele beat, que passei algum tempo a ouvi-lo, deu-me uma satisfação e um sentimento pessoal, foi aquela cena do hip hop, o Gula fez bem nesse beat. E depois, é o que ele diz, que se aplica à nossa realidade, ya… por esses fatores todos, o DJ Ritchelly agarrou nisso.
Um som com Regula e Boss AC era muito interessante de acontecer…
[Don G] Ya, mas cada um está na sua página. Quando a gente estiver de acordo, estamos vivos.
[NGA] Está nos planos, vamos lá ver, quando acontecer, aconteceu, mas está nos planos.
Olhando às outras participações do álbum, têm aqui o Hot Blaze e Coreon Dú, que desconheço. Como surge essa ligação?
[NGA] O Coreon Dú é um músico angolano, como uma musicalidade muito doce e suave. O Hot Blaze é um dos nomes mais sonantes do R&B moçambicano, mas além disso, é um irmão que tem um talento muito bom. Nós, quando fazemos música, procuramos um contributo que possa ficar fixe. Se é uma voz masculina, feminina, mais grave, mais aguda, não olhamos ao nome, isso são consequências.
Neste álbum a carregar o nome do grupo Força Suprema estão vocês os dois, sem o Prodígio. Porque é que ele está ausente deste Baseado em Factos Reais?
[NGA] A Força Suprema nunca foi um grupo, a Força Suprema sempre funcionou mais ou menos como uma universidade que prepara e depois [os artistas] vão. No caso específico do Prodígio, é o facto de ele estar mais tempo em Angola, tem outras responsabilidades lá para assumir e o trabalho continua lá. Como não somos um grupo, isso para nós não funciona assim, é a mensagem, é a música.
Ok, então ele está mais por lá em Angola e vocês aqui, é isso?
[NGA] Ya, sempre tivemos também por cá, vamos lá mais para trabalho.
[Don G] Já viste que o álbum está em número 1 no Spotify em músicas tocadas há já algum tempo? É o mais tocado em Portugal.
1 milhão de plays segundo as vossas redes.
[Don G] Isso quer dizer que 1 milhão de portugueses, ou pessoas neste território, já ouviram este álbum e isso é muito bom.
Há pouco disseram que o álbum estava pronto desde o ano passado, quanto tempo demorou até estar feito, como foi o processo?
[Don G] Sim, ele demorou tempo até sair. Agora quando começou a ser feito, estava na nossa cabeça há algum tempo, aliás, nós já temos outro álbum na cabeça. Mas neste, isto não depende só de nós, também depende dos outros profissionais, então vamos jogando com o tempo deles. Mas dentro do nosso tempo, estivemos tranquilos a fazer as coisas como deve de ser, com tempo para mudar, tempo para corrigir, foi o tempo que foi, não há um tempo determinado.
O nome Baseados em Factos Reais é forte, muito cru. Sempre escreveram sobre as vossas vidas, o que vos rodeia, mas aqui parece-me que elevaram a vossa lírica a um nível muito interessante do detalhe, da especificidade. Mais do que nunca, sempre foi esse o vosso objetivo?
[NGA] Sim, foi tudo feito com régua e esquadro. Não foi feito ao calhas, inicialmente era para nós, mas no processo era muito mais do que apenas nós, somos só o fio condutor, é algo que nos ultrapassa. Então ganhou uma outra responsabilidade, dentro das nossas possibilidades, fomos investindo um bocadinho no vídeo, na capa, na parte da produção do produto. Mas a entrega e alma é mesmo como é, não foi ao calhas.
Numa entrevista que deram à RTP África o ano passado, falaram que estão numa fase diferente da vossa carreira, mais crescidos e adultos já na fase dos quarentas. Este álbum também podem ser 13 faixas de lições, mensagens para os mais jovens, que acabam por ser experiências da nossa vida que podem ser uma lição interessante para quem ouve?
[Don G] Vivências é quando a vida nos ensina, uma nova lição em cada velha esquina. Baseado nisso, não temos como fugir de uma coisa que tu vivencias, ‘tás a ver? Se és adulto, não podes fingir que és criança [risos]. Isto aqui é uma reunião de pessoas sérias e o álbum é sobre isso, pessoas que vivenciam o mesmo que nós. O álbum tem tipo uma cena que diz que é para maiores de 30, ou seja, só depois de certo tipo de vivências é que vais perceber o álbum. Porque senão vais ali à procura da melhor rima e não vais encontrar, é para outros lugares. Tu vieste aqui aprender. Para quem não sabe, estamos aqui para ensinar. Isto é baseado em factos reais, há “Sequelas”, há “Chapa Quente”, há “Bicho do Mato”, nós somos tudo isso, todos nós, depende tudo é do quadro da vida, da época, da sintonia, do que estamos a viver. Quem vem atrás de nós, dentro da arte que fazemos, tem que aprender, simples e objetivo. Estamos aqui para ensinar os mais novos e aprender com os mais velhos, é a regra da vida. Quem quiser aprender ouve o Baseado em Factos Reais, quem achar que já sabe tudo tem que ouvir outra coisa.
Relativamente aos instrumentais do álbum, têm alguns nomes bastante fora do nosso universo e pouco familiares. Como é que isso funcionou?
[NGA] Nós trabalhamos com bué people há bué tempo, a Internet permite. A mistura e a masterização é do Mike [The Mix House], um irmão com quem nós nunca estivemos juntos pessoalmente e temos trabalhado há mais ou menos 10 anos. Na produção é mais ou menos isso, não vamos pelo nome, vamos pela sonoridade. Recebemos instrumentais de todo o lado do mundo e quando a sonoridade encaixa com a mensagem, torna-se aquele instrumental que ouvimos em repeat. Por isso é que temos nomes não muito comuns da nossa praça. Quem fez a nossa capa, por exemplo, é do Brasil, trabalhamos com ele há quase 3 anos. Mas ya, trabalhámos com o mundo todo. Isto é um álbum baseado em factos reais, não é baseado no nosso ego, interessa é a mensagem, a música.
Já na quinta-feira vão apresentar este disco no Musicbox, em Lisboa. O que estão a preparar para essa noite?
[Don G] Vai ser mais uma comemoração, não dá só para celebrar um álbum, é celebrar uma carreira. Sabemos que o Musicbox é uma casa lendária no que toca a música, principalmente hip hop, é mais para celebrar com os irmãos que não vemos há algum tempo, é para conviver, estamos no centro de Lisboa. Vamos apresentar músicas do álbum como é óbvio, mas temos tanta coisa para apresentar que vai ser uma celebração. Queremos fazer mais concertos, durante 2025 esperem ver-nos perto da vossa zona.