No desenhar dos festivais de Verão ainda há espaço para atrevimentos. Está anunciado o Festival Extremo, que se implanta no território de fronteira geográfica entre os municípios de Braga e Guimarães. “O festival relaciona-se com os edifícios religiosos do Monte da Falperra e o seu entorno paisagístico e cultural, diluindo os limites entre territórios, géneros artísticos e entre arte e natureza”, palavras da Capivara Azul – Associação Cultural, entidade curadora do evento.
Acontece a 26 de Julho, tem entrada gratuita e forma parte do programa da Braga25 Capital Portuguesa da Cultura. Um programa pensado para ser usufruído de sol a sol, dedicado à música exploratória e electrónica, à arte sonora e ao entorno da paisagem.
William Basinski tem agendado um regresso a terras bracarenses depois da marcante passagem no Festival Semibreve em 2018, ele que actuou nos finais de 2023 na Igreja St. George com “Pietà em néon”, nas palavras de João Castro. Basinski é um nome incontornável nos campos da electrónica, com uma vasta e longa discografia. No ano transacto trouxe para mais perto um passado arquivado com Setembre 23rd, recuperando para o presente memórias musicais feitas de piano e tape loops. Já este ano editou Aurora Terminalis, junto a Richard Chartier. Tocará num dos palcos do Extremo na noite desse dia 26, que se prevê de jornada longa.
Clothilde tem como último capítulo discográfico Cross Sections, editado no final de 2024 pela Holuzam. Para este concerto, anunciado para a Capela de Santa Maria Madalena da Falperra, a artista dos sintetizadores personalizados esteve numa residência artística no território da Falperra em Setembro de 2024, promovida pelo festival, a criar uma peça inédita, cujos primeiros reflexos podem ser vistos no vídeo mais abaixo.
O Extremo também apresenta no programa o trio Gordan, que junta a voz de Svetlana Spajic ao baixo de Guido Möbius e à percussão de Andreas Stecher. Deverão incidir o seu alinhamento no trabalho homónimo editado em 2024 pela Glitterbeat. Outra presença já assumida é a do artista sonoro Alexandre Centeio, que apresentou em 2024, pelo Colectivo Casa Amarela, o registo Silvo, que “evoca a sensação de capturar momentos de implosão e sufoco, desafiando a distinção entre harmonia e ruído, prometendo um contraste sublime com o entorno bucólico da Falperra”.
O programa anunciado, além de outros concertos, contará com instalações site specific, oficinas para diferentes públicos e visitas guiadas.