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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 10/07/2021

A celebrar 10 anos de beats disruptivos.

[Estreia] “Clipper” é a contribuição de Dead End para a próxima compilação da SATURATE

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 10/07/2021

Dead End está de regresso com “Clipper”. O tema, hoje em estreia absoluta pelo ReB, vai fazer parte do alinhamento de SATURATED! VOL. 7, uma nova compilação da SATURATE cujo lançamento está marcado para a próxima semana, no dia 13 de Julho.

Em Dezembro passado, a editora alemã comemorava a primeira década de militância ao serviço da cena bass. 2021 antecipava-se, assim, um ano especial, quase como de entrada numa nova era. E assim o foi. Entre discos, a SATURATE promete agora a edição de três ou quatro novos singles por mês através da série SATURATED SATURDAZE SINGLES, que a cada três ou quatro meses culminam numa nova compilação da label com tiragem em vinil, como é o caso desta próxima SATURATED! VOL. 7. Há ainda um sistema de subscrição disponível, entre os 5 e os 33 euros, através do qual podem ter acesso a uma data de regalias dentro desta comunidade — desde descontos em música e merchandise à aquisição automática da edição em vinil das compilações sem mais custos acrescidos.

A par de DJ Ride, Holly, Razat ou Stereossauro, Dead End faz também parte da brigada lusa de batidas que confia a sua música ao modus operandi com que a SATURATE se estabelece num mercado que ainda é de nicho, super dependente dos canais digitais, mas cujo crescimento é notório a cada dia que passa. Depois de ter editado Strapped, no final de 2020, pelos asiáticos da Unchained Recordings, Carlos Salgueiro volta ao roteiro europeu com este “Clipper”, a sua primeira marca no presente ano, que antecipa um segundo semestre a todo o gás.

Ao ReB, Dead End falou sobre a marca redonda alcançada pela editora de Hamburgo, o processo criativo do qual resultou o seu novo single e dos planos que reserva para os meses que se seguem.



Estás de volta à SATURATE, ainda na ressaca do décimo aniversário da editora. Para ti, que acompanhas o projecto bastante de perto, como é que avalias o percurso desta casa que abriga tantos cientistas da batida dos mais diversos pontos do globo?

A SATURATE, neste momento, é uma referência mundial dentro da área que abrange: os beats com uma toada mais eletrónica. É uma label que, ao longo dos anos, tem conseguido agarrar e valorizar bons artistas de bass music, que se foca num tipo de beatmakers e numa comunidade, que tem vindo a crescer, e é, sem dúvida, um agente importante nesse crescimento e nessa difusão de música nova. Acho que, principalmente, a SATURATE procura boa música e, ao mesmo tempo, consegue ter uma diversidade grande de vibes e de artistas, conseguindo conjugar tudo de uma maneira interessante. Alguns artistas que neste momento são produtores de referência já lançaram na SATURATE no início das suas carreiras e acho que isso diz muito sobre a importância da label.

Na música electrónica em geral — ou pelo menos neste segmento da cena bass — sentes que há, de alguma forma, um antes e depois da SATURATE?

Sim, sem dúvida, porque especializou-se numa vibe que na altura estava a surgir mas que não tinha assim tanta divulgação e que ainda hoje em dia acaba por ser um nicho. Mas, devido ao trabalho feito pela SATURATE, e também por outras labels que foram surgindo, ajudou muito os artistas e a divulgação de uma maneira organizada e focada, fazendo crescer uma comunidade recente que tem vindo a aumentar. Acho que o importante foi não perderem o foco e estarem constantemente a apostar em novas sonoridades, dentro do que representam, acreditando sempre na sua própria identidade.

Participas na próxima compilação deles com o tema “Clipper”, que te leva a rotações mais baixas ao nível dos BPMs. Queres explicar como te surgiu esta abordagem?

Hoje em dia tento trabalhar em vários BPMs para diversificar as minhas faixas e não estar sempre a apresentar o mesmo tipo de trabalho. Até porque fico entediado. Estou sempre à procura de coisas novas e sonoridades estranhas. Neste caso, tinha uma bassline básica feita através do meu Neutron e fui trabalhando essa linha durante a faixa, com vários twists, até ter algo coerente, que soasse bem e que, ao mesmo tempo, soasse estranho. Tento também procurar sempre samples engraçados e diferentes do que estamos habituadas a ouvir, de forma a criar curiosidade no ouvinte. Mas de resto foi mais uma faixa de muitas que fiz este ano e que o Tuomas selecionou para esta compilação.

Olhando para o alinhamento completo do disco, que balanço fazes da paisagem sonora que se formou aqui?

Acho que é bastante diversificada, com excelentes artistas, que se focam em vibes muito específicas e consegue, acima de tudo, mostrar o espectro sonoro que a SATURATE engloba. É um disco muito interessante e que vai passar a ser uma aposta frequente da label. Acaba por ser o resultado do esforço e empenho de muitas pessoas para que este projecto resulte, e penso que, tanto o trabalho de promoção como o próprio projeto em si, estão muito bem conseguidos.

Já conhecias o trabalho dos outros participantes ou, mesmo dentro da SATURATE, também costuma haver espaço para surpreender mesmo aqueles que, de alguma forma, estão mais dentro da comunidade?

Já conhecia quase todos porque é uma comunidade em que estou mais inserido, portanto são nomes que me aparecem frequentemente nos feeds. Mas o que é interessante neste nicho é que os artistas estão sempre a procurar melhorar e a trazer material inovador, que por sua vez ajuda outros artistas a puxarem por si próprios e a evoluir a sua sonoridade. Por isso, há sempre espaço para um newcomer surpreender ou para um artista que já esteja implementado trazer algo completamente disruptivo. E essa é a magia deste tipo de sonoridade. É super versátil, dá para usar todo o tipo de sons e fazer o que quisermos. Basta sermos criativos.

O “Clipper” é a tua primeira pegada deixada em 2021 e costuma dizer-se que o melhor está reservado para o fim. Tens por aí mais edições em vista sobre as quais nos possas ir levantando um pouco o véu?

Este ano felizmente tenho ainda bastante música para lançar. Vai sair, em breve, um EP de duas faixas na Sound Museum, tenho uma beat tape de 14 faixas já finalizada, para sair pela SATURATE na segunda metade do ano, em formato físico também, e mais algumas faixas soltas para mais compilações da label. De resto, tenho um EP pela Unchained que está ainda a ser trabalhado e mais alguns projetos que estão numa fase inicial com outros produtores nacionais e internacionais.


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