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Texto: ReB Team
Fotografia: Grace Oh
Publicado a: 22/03/2021

Uma visão mais personalizada do homem e da sua obra.

Egon recorda “mestre” MF DOOM em entrevista com a Rolling Stone

Texto: ReB Team
Fotografia: Grace Oh
Publicado a: 22/03/2021

Na passada quarta-feira, dia 17 de Março, a Rolling Stone publicou uma conversa de Eothen “Egon” Alapatt com Jason Newman. O foco? A sua relação com MF DOOM.

“Especial” e “mestre do seu ofício” são dois dos classificativos usados pelo actual manager das editoras Now Again e Madlib Invazion para descrever Daniel Dumile, rapper e produtor que conheceu em 2002 enquanto dirigia as operações da Stones Throw Records. Quando Madlib disse numa entrevista que queria trabalhar com o DOOM e J Dilla, Egon chegou-se à frente para fazer a ponte entre as duas lendas, recorrendo a um amigo que vivia na mesma parte da Geórgia para perceber se tal seria possível.

Essa ligação levar-nos-ia a Madvillainy, um dos registos mais celebrados da esfera mais underground do rap. Egon falou desse disco como o seu “bebé” e algo pelo qual lutou com todas as suas forças, realçando, entre outras coisas, duas linhas de “America’s Most Blunted” para metê-lo ao nível de William Shakespeare.



No meio de elogios e reflexões sobre o lado pessoal e artístico do elusivo artista da máscara, Egon contou a impressionante história que terminou com DOOM a oficiar o seu casamento:

“Ele apareceu às três da manhã — na manhã anterior ao nosso casamento — e fizemos a revisão da coisa toda. Ele tinha um grande livro de couro e andava com ele para todo o lado — e tirou notas. No dia seguinte, ele apareceu mais cedo e a minha mãe pediu-lhe para usar a máscara, ‘vá lá, [a máscara] és tu‘. Ele usou a máscara durante toda a cerimónia e recepção.

Ele não fez aquilo porque estava a ser pago; ele nunca recebeu um tostão. Ele apareceu nessa noite às três da manhã para me fazer sentir à vontade, fez o trabalho mais bonito a oficiar, e depois esqueceu-se do livro de couro. Eu encontrei-o enquanto estava a limpar e só queria ver as notas que ele tirou sobre aquilo que eu lhe tinha dito. Depois abri a porra do livro e eram só triângulos, quadrados e círculos. [Risos] Ele improvisou a cerimónia toda!”

As homenagens a DOOM têm-se multiplicado desde a notícia sobre a sua morte: Kilu, Monster Jinx e Stone Jones fizeram-no em território nacional; lá fora, Soul Supreme e JAUBI prestaram esse tributo.


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