Da Chick está de volta com “Cartoon”, um single que marca o início de uma nova fase na sua carreira musical. A canção, lançada estrategicamente no Dia dos Namorados, revela uma faceta mais intimista e emocional da artista, escrita à guitarra — um instrumento com o qual a autora aprofundou a relação nos últimos anos. O tema mistura jazz na alma e soul na voz, criando uma melodia que balança suavemente como as ondas do mar ao entardecer, enquanto declara um amor sincero e uma liberdade de ser autêntica. À boleia deste lançamento, Da Chick anunciou ainda um par de concertos para o mês de Novembro: primeiro no B.Leza, em Lisboa no dia 6; depois o Auditório CCOP, no Porto, dia 15.
Nos últimos anos, Da Chick não tem parado de expandir o seu universo criativo. Depois de Good Company, onde explorou as boas vibrações da comunidade, a artista mergulhou nos estudos de jazz, fundou a sua própria editora — a Mostly Groovy — e dedicou-se a novas formas de expressão musical. Este percurso culmina agora em “Cartoon”, uma música que desafia rótulos e transborda emoções, revelando um amor profundo pela liberdade artística.
A propósito desta nova fase na sua carreira e o single que acaba de partilhar, Teresa de Sousa trocou algumas impressões com o Rimas e Batidas.
Passaram quase três anos desde a edição do teu último disco. O que te fez sentir que estava na altura para voltar a compor e lançar música nova?
A verdade é que nunca parei de compor. Uma pessoa lança um disco, mas até ele sair e ser apresentado ao público, nós já estamos a trabalhar noutras ideias. Mas posso dizer que a última faixa de Good Company, a “Fine By Me”, já era um indicativo da sonoridade que queria começar a explorar mais. Um universo mais indie com mais guitarras, efeitos e texturas mais raw e foi inevitável seguir o meu instinto como sempre.
Nos últimos anos criaste a tua própria editora e foste estudar jazz. Em que fase se encontra esta Da Chick, comparativamente àquela que se mostrou ao mundo em Good Company em 2022?
Este ano decidi criar a minha própria editora, a Mostly Groovy, para poder ter ainda mais liberdade enquanto artista. Eu desde cedo percebi que sou um cocktail de sons e é isso que mantém a música viva dentro mim. Poder explorar sons, ideias, conceitos, arriscar e experimentar sem limitações, e agora, ter a liberdade para partilhar tudo isto com o público sempre que desejar, com os meus timings e de acordo com as minhas ambições, é algo muito interessante e desafiante. Ir estudar jazz foi uma dessas experiências que decidi viver e que teve um impacto profundo na minha vida. Aprender é fundamental. Ao longo dos anos, fui aprendendo sozinha a fazer música, a escrever, a cantar, a compor, a produzir, mas sentia que queria mais. Queria conseguir dar nomes às coisas e explorar outras abordagens e práticas. Hoje é inevitável sentir-me mais completa, mais capaz e mais realizada, mas igualmente curiosa e com vontade de aprender mais.
Qual a ligação que vês entre o estar apaixonada e o universo dos cartoons?
Muitas vezes, durante o processo de composição, seja ao escrever ou ao tocar um instrumento, imagens visuais surgem na minha cabeça, e isso aconteceu de forma bastante engraçada com a “Cartoon”. Eu literalmente compus esta música a imaginar-me como um cartoon feliz a flutuar pela rua numa tarde de primavera. Eu acho que o sentimento de estar apaixonada é tão bom e tão intenso que para mim tem este lado quase de fantasia, algo tão mágico que só pode existir no mundo perfeito dos desenhos animados. E foi assim que imaginei o videoclipe, quis criar uma ligação entre este meu som mais lo-fi/jazz e o universo relaxante da lo-fi girl, onde as personagens ficam em loop em vários ambientes diferentes. Neste caso, fomos ilustrando a música ao longo do vídeo, tornando-o ainda mais especial.
Além de um novo single, anunciaste também duas datas ao vivo lá mais para o final deste ano. Estás a delinear alguma coisa de diferente em relação aos teus concertos anteriores?
Vem aí uma nova Chick isso é certo. Ainda está em construção, mas julgo que já se percebe isso com este novo tema. Em Novembro quero apresentar um concerto totalmente novo, com novas músicas, novos arranjos, nova banda e toda uma produção que contará as aventuras dessa nova Chick. Os concertos vão ser em Lisboa dia 6/11 no B.leza e no Porto dia 15/11 no CCOP. Venham!
E é seguro alimentarmos esta ideia de que poder vir aí mais música nova entretanto, quem sabe um álbum? Que planos traçaste para 2025?
A única coisa que projectei para 2025 é continuar diariamente a inspirar-me, a viver ao meu ritmo, a amar, na esperança de poder contagiar alguém. Posso dizer que estou muito feliz em estúdio com o Miguel Nicolau de Memória de Peixe e certamente terei mais novidades para partilhar com vocês ainda este ano.