Na passada quarta-feira, dia 26 de Agosto, Beverly Glenn-Copeland lançou pela Transgressive Records o trabalho Live at Le Guess Who? 2018, gravação de um concerto no festival em Utrecht, na Holanda. Este foi apenas mais um dos trabalhos que mostrou desde a redescoberta recente das suas canções.
Nos últimos anos, a propósito das reedições de Keyboard Fantasies (1986), mas também dos seus álbuns anteriores lançados na década de 70, o artista transgénero (nascido em Filadélfia) viu o seu nome receber um reconhecimento que até ali nunca tinha chegado, considerando-se agora esse seu disco um clássico de new age. Tudo graças a um coleccionador japonês que encontrou a sua música e lhe pediu para enviar 30 cópias (que esgotaram rapidamente). O resto é história.
Amanhã, dia 1 de Setembro, o IndieLisboa apresenta Keyboard Fantasies: The Beverly Glenn-Copeland Story no Cinema São Jorge, em Lisboa. Em Maio passado, numa publicação no seu Facebook pessoal, António Pedro Lopes, co-director artístico do festival Tremor, escrevia sobre o documentário realizado por Posy Dixon:
“Gostava que toda a gente o visse. Gostava que toda a gente pudesse conhecer a história de um negro transexual que lidou a vida inteira com rejeição, cuja identidade era tomada como doença e crime. Gostava que toda gente o ouvisse dizer como se despediu da mãe. Gostava que toda a gente o visse rodeado de uma banda jovem de 20 e tal anos e a falar sobre a dádiva que é ter centenas de jovens à sua frente e poder ser ouvido, não porque ele goste muito de estar em palco, mas porque ele tem uma voz de encorajamento e as sociedades querem-se inter-geracionais. Gostava que o vissem a chorar pela vida toda, sem mágoa, mas com felicidade e sentido de missão.”
No final de Setembro, mais concretamente no dia 25, chega mais um projecto seu, Transmissions: The Music of Beverly Glenn-Copeland, uma retrospectiva que junta algum do material que foi lançando ao longo dos 50 anos de carreira. Se quiserem apoiá-lo directamente, há ainda uma página de Patreon para subscrever.