pub
Depois de uma primeira e mais contida série de espectáculos em Porto Covo, entre os dias 20 e 22 de Julho, o FMM Sines – Festival Músicas do Mundo arranca hoje com a sua fatia maior de programação, que dura até ao dia 27 e decorre, claro, em Sines.
O Rimas e Batidas selecciona os 8 concertos mais imperdíveis da edição deste ano, todos eles agendados para os últimos três dias do evento, de quinta-feira a sábado, ideal para aqueles que apenas se podem deslocar até à cidade costeira do distrito de Setúbal mais para o final da semana.
[prétu]
Mais conhecido por Chullage (ou, mais recentemente, por xullaji ou prétu), Nuno Santos é um rapper e músico veterano que tem veiculado os seus manifestos pan-africanistas através da sonoridade afro-futurista do seu mais recente projecto, Prétu 1 – Xei di Kor, onde funde hip hop com dub, rock ou funaná. Acompanhado por músicos como Mick Trovoada, Henrique Silva ou Cachupa Psicadélica, o seu concerto está marcado para dia 25 as 02h15 no Galp Stage. Este ano, o Rimas e Batidas acompanhou o seu ensaio para um espectáculo no Teatro do Bairro Alto (também reportado por cá) e ainda o desafiou para uma longa e esclarecedora entrevista.
[Ferro Gaita]
Logo a seguir a sermos levados pela linguagem corrente da música negra através de prétu, abre-se uma porta que nos deixa recuar no tempo e testemunhar a origem de uma sonoridade hoje cada vez mais presente no cancioneiro nacional. Os Ferro Gaita, nome incontornável do funaná, voltam a protagonizar uma actuação ao vivo por Portugal quando o relógio bater as 03h30, novamente no Galp Stage. Com quase três décadas de actividade, a banda cabo-verdiana vai espalhar toda a sua energia festiva pelo público de Sines, indo de temas clássicos como “E Si Propi” ou “Rei Di Tabanka” ao mais recente “Carne Salgado”.
[Cara de Espelho]
Cara de Espelho são um super-grupo que inclui vários rostos com créditos firmados na música portuguesa por intermédio de outros projectos, como A Naifa ou Ornatos Violeta. Composto por Pedro da Silva Martins, Carlos Guerreiro, Nuno Prata, Luís J Martins, Sérgio Nascimento e Maria Antónia Mendes, o colectivo estreou-se este ano com um álbum homónimo que celebra a tradição musical portuguesa e as suas diversas influências, sejam elas africanas ou árabes. O seu concerto acontece no Castelo às 18 horas do dia 26.
[Groundation]
Directamente da California, chegam até Sines os norte-americanos Groundation, uma banda que é simbolo de veterania dentro da cena reggae e dub global e que funde a tradição jamaicana com conceitos de jazz num numeroso ensemble. São 10 os músicos que representam o grupo no FMM, eles que este ano lançaram o álbum Dub Rock, trabalho que, juntamente com One Rock (2022), deverá estar na ordem do dia durante a passagem dos Groundation pelo Castelo às 00h45.
[Ana Frango Elétrico]
É um dos nomes mais entusiasmantes da nova música brasileira e tem sido um caso de sucesso tanto dentro, como fora de portas do seu país. Depois das boas impressões deixadas em Mormaço Queima (2018) e Little Electric Chicken Heart (2019), Ana Frango Elétrico assinou contrato com a Mr Bongo para a edição do seu mais recente Me Chama De Gato Que Eu Sou Sua em 2023, ano em que vimos e entrevistámos a artista em Lisboa pela primeira vez. Em Sines, a cantautora do Rio de Janeiro actua no Galp Stage quando o relógio marcar 02h15.
[JP Simões]
É um nome de culto do cancioneiro português e os seus dotes para a composição estão bem patentes em trabalhos como 1970, Roma ou Onde Mora O Mundo (aqui ao lado de Afonso Pais). Porém, JP Simões é também um mestre na interpretação e profundo admirador dos maiores cantautores que ajudaram a construir a história musical contemporânea do nosso país. Foi por isso que este ano se atirou ao repertório de um dos maiores vultos da cultura nacional em JP Simões Canta José Mário Branco, trabalho que ajudou a dissecar numa entrevista ao ReB em Abril e que levará consigo até ao FMM no dia 27 pelas 18 horas.
[Mayra Andrade]
Após conquistar o seu próprio espaço dentro da música lusófona, Mayra Andrade procura agora o “reEncanto” que advém da partilha da sua arte no seu estado mais puro. Neste novo projecto, a cantora faz-se acompanhar apenas de Djodje Almeida na guitara num cenário intimista, conforme pudemos testemunhar aquando a sua passagem pela edição de estreia do Coala Festival Portugal. Novas roupagens para temas clássicos e algumas canções novas pelo meio é o que podem esperar da sua performance marcada para as 21 horas do dia 27 no Castelo.
[Rizan Said]
Da Síria com… psicadelismo! Rizan Said despontou para a música graças à forma como os sintetizadores se enraizaram na cultura do seu país durante o milénio passado e ganhou a fama de ser um dos melhores teclistas sírios de todos os tempos, dono de uma vasta pegada musical que já o levou a figurar mais de uma centena de discos de outros artistas. A solo, estreou-se em 2015 com o álbum apropriadamente intitulado de King Of Keyboard, quatro anos mais tarde sucedido por Saz Û Dilan. Rizan Said é sinónimo de festa rija e mesmo que as reservas de energia já estejam em baixo quando chegarem as 05h00, impossível vai ser não dançar quando os frenéticos dedilhares do músico se fizerem escutar no Galp Stage.
pub